Rio de Janeiro adere ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial
Foi assinada na última terça-feira (17/03), no Palácio da Cidade, o termo de adesão do município do Rio de Janeiro ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial (FIPIR), estrutura vinculada à SEPPIR e que tem a missão de promover uma ação continuada entre as três esferas de governo (federal, estaduais e municipais) com a finalidade de articular, capacitar, planejar, executar e monitorar ações de promoção da Igualdade Racial.
A adesão é o primeiro ato promovido da Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro (CEPPIR/RJ), órgão criado pelo prefeito Eduardo Paes em fevereiro com a responsabilidade de elaborar e implementar políticas públicas de promoção da igualdade racial na cidade, agindo de forma transversal em toda a estrutura governamental.
A solenidade também marcou a posse do cientista social Carlos Alberto Medeiros como titular da CEPPIR/ RJ. Em seu discurso, o Prefeito do Rio enalteceu a importância do Fórum, bem como da criação da Coordenadoria. "É um momento especial para a nossa Cidade. Além de comemorar a posse do Medeiros, estou cumprindo um compromisso de campanha, trazendo a questão da Igualdade Social para a agenda da cidade, e a possibilidade de criação de programas e políticas de inclusão. É inacreditável que o Rio de Janeiro, cidade mais aberta à discussão do Brasil, não tivesse um órgão com poder político para resolver essa questão", afirmou o prefeito.
Personagens – O ministro Edson Santos assinalou que não existe política pública efetiva que prescinda do apoio dos gestores municipais. "A cidade do Rio, com grande população negra, não poderia mais deixar de implementar políticas de inclusão e redução da desigualdade racial. A criação da CEPPIR/ RJ é um grande passo na construção de uma nova sociedade na qual todos tenham, por exemplo, o mesmo acesso à saúde, à educação e ao mercado de trabalho", comentou o ministro.
Ele acrescentou que as políticas de promoção da igualdade não começaram com a criação da SEPPIR pelo presidente Lula, em 2003: "Estas políticas são fruto de um processo iniciado com a denúncia incansável do racismo feita pelo movimento negro, principalmente a partir da década de 1970. Mas não podemos nos esquecer de outros personagens importantes, como o deputado Carlos Alberto de Oliveira, o Caó, que idealizou a criminalização do racismo, o ex-presidente José Sarney, que criou a Fundação Cultural Palmares, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em cujo governo, pela primeira vez, foi admitida oficialmente a existência de desigualdades entre negros e brancos no Brasil".
Capacitação está entre as prioridades – Ligado à trajetória do movimento negro no país, Medeiros foi um dos primeiros defensores das ações afirmativas ao lado de Abdias do Nascimento, a quem assessorou no Senado Federal entre 1997 e 1999. Em sua posse ele destacou entre as prioridades da nova gestão a aplicação da lei que obriga o ensino da cultura negra e indígena nas escolas e projetos de qualificação profissional para jovens, além de pesquisas sobre a discriminação no mercado de trabalho.
"Temos a questão do mercado de trabalho, na vertente da qualificação e valorização de jovens de comunidades carentes, predominantemente negros. Nesse caso, a política será universalista. Não vamos olhar para a cor do jovem, mas para a origem (...) A idéia é que esse jovem conquiste o primeiro emprego ou esteja mais bem capacitado para concorrer no mercado", afirmou Medeiros.
Fonte: SEPPIR
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